domingo, 11 de setembro de 2011

00:00 no meu quarto




Acordo em meio a uma epifania mental, as idéias surgem de um modo nunca reportado antes.  Agora vou escrever sobre mim, sobre o que eu faço. Sobre quem eu sou. Por mais que me esforce nunca consigo completar uma página, as idéias escorrem e fogem de mim deixando-me como um túmulo vazio: muita memória, pouca história. E se eu abrisse meu coração pro papel?
                Sinto que tenho levado a vida no modo automático desde sempre… Não, tenho vivido assim apenas por preguiça. Estacionei em uma posição desconfortável e me acostumei assim, mas agora a angústia está secando minhas últimas fontes de emoção. Vem a vontade de chorar quando penso que vou ficar sempre assim vivendo por tabela, só na minha imaginação.
                Minhas melhores conversas, meus melhores amigos, meus maiores amores. Plantei, reguei, podei e vi florescer coisas maravilhosas na minha cabeça, lembranças que me tornaram quem eu sou. Mas nada é real, tudo é fruto da minha genialidade, da minha solidão.
                Quando eu encaro a vida de frente eu me sinto vivo, mas sinto também que sou fraco demais para continuar vivo. Eu vou tentar mais uma vez, com minha débil fé. Unir as mãos e clamar por uma resposta, misericórdia.
                E isso tudo me deixa confuso. Não me deixa pensar. Eu me esforço tanto que dói, eu amo tanto que dói. Acho que amo do jeito errado porque ninguém nunca me ensinou, eu fui crescendo de qualquer jeito e agora eu já fui longe demais pra voltar atrás.
                Tentei começar de novo, não vi nenhuma diferença até agora, mas tenho medo. Vale apena sacrificar alguns corações para conseguir a minha felicidade? E quanta felicidade eu posso trazer pra alguém que cobra tanto de mim? Alguém que suga minhas energias porque não consegue suportar a idéia de me perder.
Será que devo ser assim também? Não posso cobrar demais de quem eu gosto, não quero que se afastem porque já estou sozinho demais. Cada um tem sua vida, eu sei! Que puta egoísmo de todo mundo! Que egoísmo da minha parte!
 Você não se importa, mas eu me importo. Então tá tudo bem
Novamente surgem mais perguntas do que respostas e eu nem sei mais no que pensar. Não há mais teorias para formular e eu sigo me contentando com isso.

O passado bateu em minha porta


 Bom como eu sempre falo nada acontece por acaso. Tem momentos que conhecemos uma pessoa, olhamos, e dizemos: “nossa, não tem nada a ver comigo, nem rola química”, e optamos por ficar com outra pessoa. Aí, o tempo passa, e aquela pessoa que ficamos some, desaparece, e aquela que não tinha nada a ver, nós resolvemos dar uma chance, e aí, somos surpreendidos. Por quê? Porque ela se torna uma pessoa que tem tudo a ver com você, rola a química, e uma bela história de amor pode começar. “Há tanta vida lá fora, aqui dentro sempre, como uma onda no mar…”
Uma amiga minha disse: “a grande questão é que estamos sempre buscando um ideal, e esse ideal nem sempre é o melhor para nós. Às vezes precisamos ser surpreendidos pra aprendermos a dar chances. E quando isso acontece, é realmente bom!”. Eu concordei em gênero, número e grau. Devemos deixar a vida fluir. Nem sempre aquele ideal de corpo, beleza ou aquela pessoa que achamos um máximo será um máximo para nós. Naquele momento, talvez haja uma troca de necessidades, sejam químicas, biológicas ou alguma lição que devemos aprender. Um amigo do meu irmão comentou uma vez que ele deixou de ter preferências físicas, importando mais quem era a pessoa, suas palavras e atitudes, que simplesmente sua forma física.
Nem sempre os padrões ideias de beleza serão os fatores determinantes para um relacionamento. Às vezes, a pessoa por trás daquele físico que tanto nos atrai, nos deixa extasiados, é a pessoa certa para nós. Pode ser que funcione para uma satisfação temporária, momentânea. E aí, na convivência, percebemos que ela não é quem realmente queremos, não tem as atitudes que esperamos. O legal é deixar a vida nos surpreender. Quem menos esperamos, quem nunca imaginávamos que poderíamos amar e que nos amaria, é quem vamos amar e quem vai nos amar de volta. Apenas é preciso abrir os olhos, a mente e o coração, e dar uma oportunidade para o amor acontecer.
Voltando ao nosso passado, que ainda bate à nossa porta, toda regra tem exceção. Talvez esse passado tenha voltado e realmente mudou, cresceu, amadureceu, assim como nós, e agora poderemos viver um novo relacionamento. A chama do amor reacende e a história começa. Somente o sábio tempo dirá o que nos aguarda, se realmente aquela é a pessoa certa, e foi necessário que a vida os separasse, ou se realmente o presente, seja sozinho ou com outra pessoa, seja a melhor opção. Uma outra amiga minha, ao comentar o texto, disse: “…quando o passado bate à porta é tenso… Fui lendo o texto… E os pontos foram se ligando, como aquelas atividades de livros de criança que parece só um monte de pontos isolados em uma folha, mas quando você liga os pontos certos, forma-se uma figura”. A vida é como um jogo de pontos. Não vamos conseguir ver a figura e apreciar sua beleza enquanto não ligarmos os pontos. E essa nem sempre é uma tarefa fácil. Quando o passado bate à nossa porta, não é a mesma figura. Não é a mesma ligação que vai funcionar. É necessário escolher se vamos querer começar a brincadeira do zero e tentar ligar os pontos, ou se já começamos uma nova figura, e os pontos desta estão fazendo mais sentido.
Tenso ou não, novas figuras ou figuras antigas. Passado ou presente. O que podemos refletir como parte final dessa série de reflexões é que, no final, a escolha sempre foi, é e será, única e exclusivamente, nossa. Assim como as conseqüências dela. Nosso passado espera uma resposta, uma ligação, uma mensagem. Alguma satisfação teremos que dar. Quando o passado bate à porta, é como se a vida nos desse uma oportunidade de “lavar a roupa suja”, limpar a poeira que ficou acumulada em nosso coração, e que na época não conseguimos resolver, seja porque cada um virou as costas, com mágoas, receios e ressentimentos, sem trocar uma palavra, seja porque foram brigas, discussões e troca de acusações, sem direito a uma conversa mais racional. “Tudo muda, o tempo todo, no mundo”. Eu mudo, tu mudas, ele muda. Nós mudamos. Não podemos ignorar o passado, pois ele irá bater à nossa porta tantas vezes forem necessárias, até aprendermos nossa lição, ligarmos os pontos que faltam, em alguma figura que ficou incompleta em nossos corações. Depois, é seguir nossas vidas, seja dando uma nova chance, seja dizendo o adeus definitivo, sem jogos, truques ou testes.
E já que falamos em passado, a algum tempo falei  no meu face que meu sonho era beijar alguem que eu estivesse ouvindo esta musica do Pitbull - Give Me Everything ft NE-YO