Acordo em meio a uma epifania mental, as idéias surgem de um modo nunca reportado antes. Agora vou escrever sobre mim, sobre o que eu faço. Sobre quem eu sou. Por mais que me esforce nunca consigo completar uma página, as idéias escorrem e fogem de mim deixando-me como um túmulo vazio: muita memória, pouca história. E se eu abrisse meu coração pro papel?
Sinto que tenho levado a vida no modo automático desde sempre… Não, tenho vivido assim apenas por preguiça. Estacionei em uma posição desconfortável e me acostumei assim, mas agora a angústia está secando minhas últimas fontes de emoção. Vem a vontade de chorar quando penso que vou ficar sempre assim vivendo por tabela, só na minha imaginação. Minhas melhores conversas, meus melhores amigos, meus maiores amores. Plantei, reguei, podei e vi florescer coisas maravilhosas na minha cabeça, lembranças que me tornaram quem eu sou. Mas nada é real, tudo é fruto da minha genialidade, da minha solidão.
Quando eu encaro a vida de frente eu me sinto vivo, mas sinto também que sou fraco demais para continuar vivo. Eu vou tentar mais uma vez, com minha débil fé. Unir as mãos e clamar por uma resposta, misericórdia.
E isso tudo me deixa confuso. Não me deixa pensar. Eu me esforço tanto que dói, eu amo tanto que dói. Acho que amo do jeito errado porque ninguém nunca me ensinou, eu fui crescendo de qualquer jeito e agora eu já fui longe demais pra voltar atrás. Tentei começar de novo, não vi nenhuma diferença até agora, mas tenho medo. Vale apena sacrificar alguns corações para conseguir a minha felicidade? E quanta felicidade eu posso trazer pra alguém que cobra tanto de mim? Alguém que suga minhas energias porque não consegue suportar a idéia de me perder.
Será que devo ser assim também? Não posso cobrar demais de quem eu gosto, não quero que se afastem porque já estou sozinho demais. Cada um tem sua vida, eu sei! Que puta egoísmo de todo mundo! Que egoísmo da minha parte! Você não se importa, mas eu me importo. Então tá tudo bem
Novamente surgem mais perguntas do que respostas e eu nem sei mais no que pensar. Não há mais teorias para formular e eu sigo me contentando com isso.
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