sábado, 22 de janeiro de 2011

A vida


 


  A vida como boa alma feminina , é complicada , sem razões , com queixas , sem soluções, com temores ;
  é valente  , determinada , mas vulneravél . A vida é bela , é frágil , mais nunca débil ; é forte , mas não insensível .

  A vida segue seu caminho , mas nunca esquece . Fecha muitas portas , mas ensina muitos caminhos .
  A vida dá muitos golpes , mais sabe quando parar . A vida tem muitos desejos , mais não confude o prazer com o amor .
  A vida não faz promessas que não vai poder cumprir , mais vai dar esperanças para que você lute pelos seus sonhos            

  A vida apresenta obstáculos para que você pare para observar o horizonte nos momentos mais dificies . A vida é amarga , mas
  tem momentos de doçura . A vida é selvagem , mais jamais ataca os seus .
  A vida é para ser vivida , não para ser julgada . A vida é ela mesma , não predente ser diferente .

 Kennedy R.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

O tabu que cerca a transexualidade










Era uma vez - conta um antigo mito grego - um sujeito chamado Teiresias (alguns de vocês o conhecerão por seu nome romano: Tirésias) que foi escolhido pelos soberanos do Olimpo, Zeus e Hera, para decidir quem sentia mais prazer numa relação sexual: o homem ou a mulher? Por sete anos, Teiresias foi mulher e depois foi novamente convertido à forma masculina. Sobre o mistério levantado pelos deuses, Teiresias respondeu: "De dez partes, o homem só desfruta uma. As mulheres, todavia, desfrutam inteiramente todas as dez".

Hera, sabe-se lá porque (ela era uma deusa temperamental e nervosa), cegou Teiresias. Vai ver não gostou da resposta (outro mistério, já que a declaração de Teiresias parece indicar uma vantagem das mulheres). Zeus, compadecido, converteu-o num vidente, concedendo a ele o dom da profecia.


O mito de Teiresias evoca uma questão muito antiga da história da humanidade, que é encarada de forma muito diferente em cada cultura, mas que mexe muito com o imaginário popular de qualquer época. Falo, aqui, da transexualidade. Atualmente, poucos são os brasileiros que não conhecem Ariadna Thalia, uma das participantes do Big Brother Brasil, que nasceu num corpo masculino e se submeteu a uma cirurgia de readequação genital.


Quem são os transexuais?


Em geral, diz-se "cirurgia de mudança de sexo", mas o termo mais adequado é "cirurgia de transgenitalização". Ariadna, sob diversos sentidos, encarna o mito de Teiresias. Durante muitos anos, ela se chamou Tiago e ocupou um corpo masculino. Por outros tantos anos, era um misto de masculino e feminino (aspecto feminino, mas ainda mantendo o órgão genital masculino). Então, submeteu-se a uma cirurgia e atualmente possui o aspecto de uma mulher, de forma a combinar a aparência com a mente.


Você pode até achar tudo isso muito estranho, mas imagine que um dia você acordou e descobriu que estava no corpo do sexo oposto. Com as pessoas transexuais, a coisa funciona assim, só que de forma mais intensa: desde muito cedo elas percebem que o corpo delas não tem absolutamente nada a ver com a mente. Elas têm um corpo biológico, mas sua identidade de gênero é outra.


Quando não há apoio familiar, o sofrimento pelo qual essas pessoas passam é imenso. Sofrem preconceito, são vítimas de erros de entendimento, de piadas, são alvo de bullying escolar e muitas inclusive tentam o suicídio. Por que uma pessoa é transexual ninguém sabe ao certo. Há diversas teorias. Mas "saber o porquê" não é tão importante quanto o ponto fundamental: cuidar de si. Ser uma pessoa feliz, ser compreendida e respeitada pela sociedade que a cerca.


No que diz respeito à ciência, a maior parte dos países ocidentais reconhece a importância da cirurgia de transgenitalização, pois constitui sofrimento extremo manter um indivíduo aprisionado a um corpo que a mente não reconhece como seu. A coisa vai muito além de um mero "problema de autoestima". Não é que a pessoa ache seu corpo feio. A questão não é simplesmente estética. Tanto que, em nosso país, o Sistema Único de Saúde (SUS) banca todo o procedimento de transgenitalização. Num sentido jurídico, as pessoas transexuais já podem realizar mudanças de nome.


Aceitos na sociedade


Note que o preconceito que talvez você sinta diante deste tema nada mais é do que fruto de um contexto cultural específico. Você não nasceu com este preconceito, ele foi aprendido. Em diversas culturas orientais e africanas, o sujeito transexual chega a ser divinizado, pois uma pessoa assim teria "poderes mágicos". O acesso aos deuses através da transexualidade é parte integrante de diversas culturas. Lembrem do mito de Teiresias: para aquele que conheceu os dois sexos, é concedido o dom da profecia. Há outros mitos, sempre enfatizando poderes especiais para as pessoas que experimentam os dois sexos. Mas o que se discute aqui não é se estes mitos são reais. Mitos são partes integrantes de uma cultura e mostram a forma como esta cultura encara o mundo.


O ponto focal aqui é ir além do próprio preconceito. É muito fácil, para quem não está dentro da situação, julgar o lugar do outro e dizer que transexuais são "perturbados", ou coisa pior. Insisto no exercício da imaginação: imagine que você, homem ou mulher, acordou no sexo oposto. Você se sentiria feliz ou faria todo o possível para reverter ao que a sua mente sabe ser a sua verdade pessoal?


Contemporaneamente, a transexualidade parece incomodar mais do que A homossexualidade. Muitas pessoas parecem já ter entendido o que é preferência sexual, mas nem todo mundo ainda entendeu o que é identidade de gênero. Para estas pessoas, a transexualidade ainda parece algo assustador. Há dois filmes em especial que eu gostaria de recomendar e, assim, talvez você venha a entender um pouco do mundo de Ariadna Thalia e das outras pessoas transexuais: um dos filmes se chama "Transamérica", e o outro é um filme francês um pouco difícil de encontrar, chamado "A Minha Vida em Cor de Rosa".


Mas, antes de ver os filmes, sugiro a você um contato - emocionante - com histórias reais através do documentário "Meu Eu Secreto", realizado por Barbara Walters. Este documentário é um dos mais sensíveis e emocionantes sobre este tema tão "cabuloso".